Não suporto mais ler quadrinhos de super-heróis tem um certo tempo. Porém não me desfaço dos clássicos e, volta e meia, entro em contradição ao me deparar - e ler - um grande roteirista escrevendo sobre supers. Hoje, quem manda em minha leitura é o autor.
E por que, diabos, surgiu este assunto por aqui? Porque estou me divertindo com a leitura a prestação do livro “The league of regrettable superheroes” (Quirk Books), em que o cartunista e designer americano Jon Morris reúne em sua antologia alguns super-heróis lamentáveis, como diz o título.
Personagens heróicos tão curiosos quanto um olho flutuante (!); o crossdresser Madam Fatal; o Quebra-Cabeças, o homem de milhares de peças; Bouncer, um saltador de túnica curta e belas pernas; Fatman, o disco voador humano (?); o Homem-Abelha; e o Doutor Hormônio!
A lista é grande e quase surreal. Alguns personagens são patéticos apenas no nome. Outros, no uniforme. E ainda há os ridículos por completo. Mesmo com criadores como Joe Simon, Jerry Siegel, Dick Giordano, Roy Thomas e até Jack Kirby. Todos podem errar. Ou não.
A lista de Jon Morris é bem pessoal. Portanto, você pode discordar de alguns dos escolhidos, achar que aquele personagem que você adorava na infância não é tão lamentável assim. Como o saudoso Rom, o cavaleiro do espaço. Mesmo que o personagem tivesse uma espécie de radiador de automóvel no peito e praticamente um secador de cabelos como arma. Ah, os anos 1980 (Rom foi criado em dezembro do ano anterior por Bill Mantlo e Sal Buscema a partir de um brinquedo)…
“The league of regrettable superheroes” saiu lá fora em junho de 2015 e continua inédito por aqui. Dois anos depois, Morris lançou pela mesma editora “The legion of regrettable super villains”, sobre os caras maus, como o título entrega. E, em 2018, ele publicou “The league of regrettable sidekicks”, sobre os parceiros dos heróis. Ambos devem ser tão divertidos quanto o primeiro.